"O ultimo azul" Quem tem o direito ao futuro? Filme fala do descarte social na velhice

Quem tem o direito ao futuro? O filme “O Último Azul” (2025), trás uma grande questão “é possível  determinar as fronteiras da autonomia no envelhecimento?”  Quando existe essa tentativa de reduzir pessoas idosas a um problema de logística e de incapacidade, a autonomia vira ato cotidiano de resistência. O filme devolve complexidade ao tema ao lembrar que envelhecer não é abdicar de sonho, mas reivindicar outro ritmo de escolha. 

O longa de Gabriel Mascaro imagina um Brasil distópico que isola pessoas idosas em colônias, convertendo o que deveria ser proteção em controle. Tereza, 77 anos (Denise Weinberg), recusa a tutela e parte rumo ao norte para realizar um sonho simples e aos olhos de muitos um sonho impossível, voar. No caminho, encontra Cadu (Rodrigo Santoro) e o enigmático “baba azul”, substância que, entre real e fantástico, encarna a possibilidade de transformação.

O filme desconstrói os estereótipos da velhice e rejeita a lógica do descarte, devolvendo à pessoa idosa o direito ao desejo de liberdade, descoberta e projeção de um futuro. Em contraste com a cultura do confinamento, a narrativa expõe as barreiras que pesam sobre quem envelhece, discute o etarismo, a burocracia de estar sobre uma tutela que retira a autonomia e a solidão. Ao acompanhar decisões, medos e conquistas, a obra recoloca a pessoa idosa como sujeito de direitos, alguém que decide, sente, aprende, se reinventa e projeta futuro, mesmo quando o mundo insiste em reduzir sua voz.

Sendo assim, a autonomia pode ser construída com a assistência domiciliar, que possui uma equipe multidisciplinar que de maneira integral oferece apoio à família, e se torna  peça-chave para um envelhecer saudável e ativo. Ao levar cuidado qualificado para a pessoa idosa dentro de casa, ela respeita rotinas, memórias e preferências, trazendo de volta o direito de escolher o próprio caminho, inclusive o de continuar sonhando alto.