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O medo de morrer em casa: o filme “Meu bolo favorito” conversa sobre presença no envelhecimento

  • Foto do escritor: Grupo Acolher e Cuidar Franchising
    Grupo Acolher e Cuidar Franchising
  • há 1 dia
  • 2 min de leitura


O longa-metragem iraniano Meu Bolo Favorito, dirigido por Maryam Moghadam e Behtash Sanaeeha, é mais do que uma delicada narrativa sobre a vida de uma idosa. É uma provocação emocional que convida o público a refletir sobre uma das maiores angústias da velhice contemporânea: o medo de morrer sozinho em casa.


Apresentado no Festival de Berlim, o filme acompanha Mahin, uma mulher de 70 anos que vive sozinha em Teerã. Viúva e com a filha morando na Europa, ela enfrenta o cotidiano com certa independência, mas marcada pela rotina silenciosa e pela ausência de vínculos próximos. Um convite para um chá, uma conversa trivial com o vizinho, um telefonema distante, são pequenos gestos que ganham peso diante da solidão que permeia sua existência.


O filme mistura delicadeza com denúncia social ao mostrar que a solidão não é apenas um estado emocional, mas um reflexo de como a sociedade contemporânea trata seus idosos: como se fossem invisíveis. E Mahin, como tantas outras mulheres idosas ao redor do mundo, deseja manter sua autonomia, mas teme que sua liberdade venha acompanhada da negligência e do abandono.


A diretora Maryam Moghadam, também atriz principal do filme, afirmou em entrevistas que a história foi inspirada em vivências reais, e que o roteiro é uma crítica à ausência de políticas públicas eficazes para o cuidado com os mais velhos. A trama também chama atenção para o papel da mulher idosa na sociedade, muitas vezes estigmatizada, silenciada ou descartada, mesmo após uma vida de contribuições e afeto.


A solidão entre os idosos é uma realidade crescente. No Brasil, segundo o IBGE, o número de pessoas com mais de 60 anos que vivem sozinhas ultrapassou os 4 milhões em 2022. Esse número deve crescer com o envelhecimento acelerado da população. O isolamento social é apontado por especialistas como um dos fatores de risco para a depressão, perda cognitiva, quedas, e até morte precoce.


Diante desse cenário, a assistência domiciliar surge como uma solução cada vez mais relevante e transformadora. Ao proporcionar cuidados personalizados no conforto do lar, ela oferece mais do que serviços de saúde: devolve dignidade, segurança e qualidade de vida às pessoas idosas.


Além disso, cuidar em casa é também um alívio para famílias que desejam acompanhar de perto a evolução da saúde de seus entes queridos, sem abrir mão da rotina. O cuidado domiciliar não substitui o hospital, ele transforma o lar em um espaço de cuidado contínuo, acolhimento e escuta ativa.





 
 
 

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