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Gênero, cuidado e envelhecimento: um desafio para além de Singapura

  • Foto do escritor: Grupo Acolher e Cuidar Franchising
    Grupo Acolher e Cuidar Franchising
  • 22 de out.
  • 2 min de leitura
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O avanço do envelhecimento populacional tem um bastidor pouco visível, o trabalho de cuidado, majoritariamente exercido por mulheres. Em Singapura, que é uma referência global em políticas para a idade avançada, a organização social do cuidado expõe um paradoxo, mesmo com um plano robusto para o envelhecer, a engrenagem que sustenta a autonomia dos mais velhos ainda se apoia, em grande medida, na dedicação feminina, muitas vezes não remunerada e com impactos diretos sobre renda, carreira e saúde mental.


Segundo a matéria publicada no portal Think Global Health mostra que, Singapura ilustra um desafio universal sobre o peso do cuidado, que recai de forma desproporcional sobre as mulheres. Elas vivem, em média, de seis a oito anos a mais, compõem cerca de 90% da força de trabalho formal em cuidados de longa duração nos países da OCDE e, no âmbito doméstico, assumem a maior parte do cuidado familiar não pago. No país, 60% dos cuidadores informais são mulheres, muitas são solteiras e em idade de pico profissional, reduzem jornada ou abandonam o emprego para cuidar dos pais, acumulando uma “penalidade previdenciária do cuidador” ao longo da própria velhice.


O texto detalha que o modelo utilizado em Singapura, avançou ao articular saúde e proteção social no curso da vida de centros de envelhecimento ativo, além de apoios financeiros a famílias cuidadoras (com subsídios que podem chegar a US$ 15 mil para filhos que assistem pais idosos residentes nas proximidades). Ainda assim, o plano não enfrenta com ênfase a assimetria de gênero no cuidado. A lição exportável é dupla, políticas integradas reduzem parte do fardo, mas só uma abordagem explicitamente sensível a gênero, com trabalho flexível, educação financeira e expansão da rede de cuidados.


Se a sociedade quer envelhecer com dignidade e justiça, precisa profissionalizar e distribuir melhor o cuidado, inclusive dentro das casas, onde a vida acontece. Nesse arranjo, assistência domiciliar promove cuidado qualificado, apoio fundamental às mulheres cuidadoras, aliviando sobrecargas através da equipe mult, um modelo que preserva a autonomia da pessoa idosa e reparte, de forma mais equânime, o trabalho de cuidar.




 
 
 

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