Esquecer é tão importante quanto lembrar para as pessoas idosas

Um artigo publicado na CNN Brasil traz o depoimento do professor Edvaldo Soares, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que destaca que o esquecimento é um componente essencial para a saúde da memória, especialmente no envelhecimento. 

Segundo Edvaldo, o cérebro não apenas armazena informações, mas também as reconstroi constantemente, sendo o esquecimento fundamental nesse processo. A memória envolve a aquisição, conservação e evocação de informações. O esquecimento, portanto, não é apenas uma falha, mas uma função adaptativa que permite ao cérebro filtrar informações irrelevantes e priorizar as mais significativas. Esse mecanismo é crucial para manter a flexibilidade cognitiva e evitar a sobrecarga mental.

De acordo com o especialista, a memória é composta por três fases: aquisição (aprender algo novo), conservação (armazenamento da informação) e evocação (lembrar o que foi aprendido). Nessa dinâmica, o esquecimento tem um papel ativo de evitar a sobrecarga mental, permitindo que o cérebro selecione o que realmente importa, o que deve ser mantido ou descartado. Esse processo garante a flexibilidade cognitiva e uma maior capacidade de adaptação a novas situações.

O professor também observa que queixas de perda de memória entre as pessoas idosas são comuns e, muitas vezes, não estão relacionadas a doenças neurodegenerativas, mas a fatores como estresse, ansiedade, baixa escolaridade e sintomas depressivos. 

Dentro do que diz respeito ao cuidado das pessoas idosas, a assistência domiciliar emerge como uma estratégia eficaz para promover a saúde cognitiva. Contar com profissionais de uma equipe multidisciplinar em casa permite o monitoramento contínuo das funções cognitivas e a implementação de atividades personalizadas que estimulam a memória. Esses profissionais podem identificar precocemente alterações cognitivas, adaptar rotinas para incluir exercícios mentais e físicos, além de oferecer suporte emocional, contribuindo para a manutenção da autonomia e qualidade de vida dos idosos.

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